O cardeal Dom Leonardo Steiner, de 75 anos, que está entre os sete brasileiros que participam do conclave para eleger o novo papa, já atuou em Mato Grosso.
Em 2005, ele tornou-se bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia (1.061 km de Cuiabá), onde permaneceu até 2011. Nesta semana, uma reportagem da agência de notícias Reuters o colocou como um dos favoritos para ser o novo papa.
Nascido em Forquilhinha (SC), Steiner entrou para a Ordem dos Frades Menores em 1972. Foi ordenado padre em 1978 por Dom Paulo Evaristo Arns. Formado em pedagogia, atuou como mestre de noviços.
Entre 1995 e 1999, estudou em Roma, onde obteve mestrado e doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum. Posteriormente, foi secretário-geral da mesma instituição até 2003.
De volta ao Brasil, assumiu como vigário da Paróquia Bom Jesus, em Curitiba, e lecionou na Faculdade São Boaventura. Nesse mesmo ano, foi nomeado bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, cargo que exerceu até 2019.
Em 2019, foi designado arcebispo metropolitano de Manaus e, em 2022, elevado a cardeal pelo Papa Francisco.
O conclave está sendo realizado em razão da morte do papa Francisco no último dia 21 de abril.
Outros cardeais brasileiros no conclave
Além de Dom Leonardo, outros seis cardeais brasileiros participarão da eleição:
– Dom Sérgio da Rocha, 65, arcebispo de Salvador;
– Dom Jaime Spengler, 64, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB;
– Dom Odilo Scherer, 75, arcebispo de São Paulo;
– Dom Orani Tempesta, 74, arcebispo do Rio de Janeiro;
– Dom Paulo Cezar Costa, 57, arcebispo de Brasília;
– Dom João Braz de Aviz, 77, arcebispo emérito de Brasília.
O único cardeal brasileiro que não votará é Dom Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, devido à idade (87 anos).
Como funciona o conclave
Apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar, com limite máximo de 120 eleitores. Atualmente, há 133 cardeais aptos, mas um sorteio define os participantes caso o número seja superior ao permitido.
Os cardeais ficam isolados na Capela Sistina até que um papa seja eleito. São realizadas quatro votações diárias. Cada cardeal escreve um nome em uma cédula, depositada em um cálice.
Se nenhum candidato atingir dois terços dos votos (ou maioria absoluta, após rodadas prolongadas), as cédulas são queimadas, liberando fumaça preta. Caso um cardeal alcance a maioria necessária, ele é consultado sobre a aceitação do cargo. Confirmada a eleição, a queima das cédulas produz fumaça branca.
O decano dos cardeais anuncia “Habemus Papam!”, e o novo pontífice se apresenta publicamente. Se após 12 a 14 dias nenhum nome for escolhido, as regras podem ser alteradas, permitindo eleição por maioria simples.