O cenário mudou. Instituições que antes desdenharam ou até faziam críticas veladas ao Banco Master agora se movem nos bastidores para tentar garantir fatias de seus ativos mais estratégicos.
Com o BRB conduzindo as negociações para a aquisição do Master, uma corrida paralela se intensificou: grupos financeiros e concorrentes tentam negociar diretamente a compra de carteiras específicas, operações rentáveis e ativos com alto potencial de retorno.
Nos bastidores, fala-se em tentativas de acordos rápidos para adquirir ativos como precatórios e ações altamente valorizadas — justamente aqueles que ajudaram o Banco Master a se consolidar como referência em gestão eficiente e retorno acima da média.
A ironia do momento não passou despercebida no mercado. Alguns dos interessados de hoje são os mesmos que, há pouco tempo, questionavam a exposição do banco em ativos judiciais ou criticavam sua estratégia de crescimento.
Agora, diante da perspectiva de valorização e da consolidação da venda para o BRB, esses mesmos grupos disputam espaço e tentam não ficar de fora da redistribuição de um portfólio reconhecidamente rentável.
Os precatórios, antes vistos com ceticismo por parte do mercado tradicional, tornaram-se protagonistas. A segurança jurídica e o fluxo previsível os transformaram em ativos desejados por fundos e investidores institucionais.
O mesmo vale para ações sob administração do Master, muitas delas com excelente desempenho e margem de valorização futura.
Essa mudança de postura escancara o real valor que o Banco Master construiu ao longo dos anos — mesmo sem o mesmo nível de exposição institucional de seus concorrentes. E evidencia também como o jogo de forças no setor financeiro muda rapidamente quando há retorno envolvido.
Mesmo com o BRB avançando como comprador principal, os concorrentes agora operam em duas frentes: alguns tentam garantir participação no processo de transição, outros articulam aquisições pontuais ou fatias estratégicas do portfólio do Master.
Não se trata apenas de acompanhar: é uma tentativa explícita de capitalizar em cima da estrutura que antes foi ignorada.