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Constipação intestinal: o que é, sintomas e como aliviar

A constipação intestinal, popularmente conhecida como intestino preso, é um problema comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracteriza-se pela dificuldade de evacuar, fezes ressecadas e/ou sensação de evacuação incompleta. Apesar de não ser uma condição grave na maioria dos casos, a constipação pode impactar significativamente a qualidade de vida.

Por isso, vamos falar mais sobre as causas, sintomas e tratamentos deste problema.

Fatores que contribuem para a constipação

A constipação pode ser desencadeada por diversos fatores, sendo os mais comuns:

1. Alimentação inadequada

Uma dieta pobre em fibras é uma das principais causas do intestino preso. As fibras desempenham um papel essencial no funcionamento intestinal, pois aumentam o volume e a umidade das fezes, facilitando sua eliminação. Alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras e pobres em fibras, podem agravar o problema.

2. Baixa ingestão de líquidos

A hidratação adequada é fundamental para manter o bolo fecal macio e facilitar a evacuação. O consumo insuficiente de água pode ressecar as fezes, tornando sua eliminação mais difícil.

3. Sedentarismo

A falta de atividade física reduz a motilidade intestinal, retardando o trânsito das fezes pelo intestino. Exercícios como caminhada, corrida e ioga estimulam os movimentos peristálticos e ajudam a regularizar o ritmo intestinal.

4. Estresse e fatores emocionais

O intestino e o cérebro estão intimamente ligados, e o estresse pode afetar o funcionamento do trato digestivo. Situações de ansiedade e tensão podem desacelerar os movimentos intestinais, favorecendo a constipação.

Sinais e sintomas da constipação intestinal

Os sintomas da constipação podem variar de acordo com a duração e a gravidade do quadro. Os critérios de Roma 4, utilizados para definir constipação funcional, estabelecem que o paciente deve apresentar pelo menos dois dos seguintes sintomas por três meses consecutivos, com início seis meses antes do diagnóstico:

  • Menos de três evacuações por semana
  • Esforço excessivo ao evacuar
  • Fezes endurecidas ou em formato de cíbalos (pequenas e ressecadas)
  • Sensação de evacuação incompleta
  • Sensação de obstrução ou bloqueio anorretal
  • Necessidade de manobras manual para evacuar

Além disso, pacientes podem apresentar sintomas associados, como distensão abdominal, dor abdominal e flatulência. Em casos mais graves, a constipação pode levar a complicações como fissuras anais, hemorroidas e impactação fecal.

O diagnóstico da constipação é primariamente clínico, baseado nos sintomas e no histórico do paciente. No entanto, exames complementares podem ser necessários para excluir causas secundárias e avaliar a função intestinal.

Prevenção e Hábitos Saudáveis

Adotar hábitos saudáveis é a melhor maneira de prevenir a constipação e manter um funcionamento intestinal regular. Algumas estratégias eficazes incluem:

1. Consumo adequado de fibras

A recomendação diária de fibras para adultos varia entre 25 e 38 gramas. Alimentos ricos em fibras incluem:

  • Frutas: mamão, ameixa, laranja com bagaço
  • Vegetais: couve, brócolis, cenoura
  • Leguminosas: feijão, lentilha
  • Cereais integrais: aveia, linhaça, chia

2. Hidratação regular

A ingestão de pelo menos 2 litros de água por dia é essencial para evitar o ressecamento das fezes. Além disso, sucos naturais e chás sem cafeína também podem contribuir para a hidratação.

3. Prática de exercícios físicos

Movimentar-se regularmente estimula o funcionamento intestinal. Atividades aeróbicas e exercícios de fortalecimento abdominal são especialmente eficazes na prevenção da constipação.

4. Estabelecimento de uma rotina intestinal

Tentar evacuar diariamente no mesmo horário e não ignorar a vontade de ir ao banheiro ajudam a regular o ritmo intestinal. Criar esse hábito pode melhorar a resposta do organismo.

Impactos em Situações Especiais

Mudanças na rotina podem afetar o funcionamento intestinal, agravando a constipação. Algumas situações comuns incluem:

1. Viagens e confinamento

Viagens longas e períodos de confinamento, como os vivenciados durante a pandemia de COVID-19, podem reduzir a atividade física e alterar os hábitos alimentares, impactando negativamente o trânsito intestinal. Durante essas situações, é essencial manter uma dieta equilibrada, ingerir líquidos e encontrar formas de se movimentar, mesmo em espaços reduzidos.

2. Uso de medicamentos

Alguns medicamentos podem causar constipação, incluindo:

  • Analgésicos opioides
  • Antiácidos à base de alumínio e ferro
  • Antidepressivos
  • Diuréticos

Caso seja necessário o uso contínuo desses remédios, o acompanhamento médico e a adoção de medidas preventivas são fundamentais.

3. Envelhecimento e mudanças hormonais

O envelhecimento pode estar associado à redução da motilidade intestinal, tornando a constipação mais comum em idosos. Alterações hormonais, como as que ocorrem durante a gravidez e a menopausa, também podem influenciar o funcionamento do intestino.

Como tratar a constipação

O tratamento da constipação intestinal depende da gravidade do quadro e da presença de fatores subjacentes. Ele pode ser dividido em medidas clínicas e, em casos refratários, abordagem cirúrgica.

1. Tratamento Clínico

  • Mudanças no estilo de vida, como alimentação rica em fibras e prática de exercícios;
  • Uso de laxantes, indicado quando as mudanças de estilo de vida não forem suficientes;
  • Biofeedback e reabilitação do assoalho pélvico, para pacientes com disfunção anorretal, ajudando a reeducar os músculos da região.

2. Tratamento Cirúrgico

A cirurgia é considerada apenas em casos graves e refratários ao tratamento clínico. Algumas indicações incluem:

  • Inércia colônica severa;
  • Obstrução funcional do trato de saída;
  • Megacólon.

Conclusão

A constipação intestinal é um problema comum, mas pode ser prevenida e tratada com mudanças simples no estilo de vida. A adoção de uma alimentação rica em fibras, hidratação adequada e prática de atividades físicas são as principais estratégias para manter o intestino saudável.
Em casos persistentes, é fundamental buscar orientação médica para avaliação e tratamento adequados.

*Texto escrito pelo médico Antônio Couceiro Lopes (CRM 100656 SP | RQE 26013), Cirurgião do Aparelho Digestivo

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