O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União), afirmou que a volta do funcionamento dos mercadinhos nos presídios de Mato Grosso deve prejudicar a Segurança Pública ao impor um novo “desafio” para a Pasta.
Quanto mais produtos entram no sistema prisional, mais difícil é a fiscalização
O Governo do Estado havia vetado os estabelecimentos nas unidades prisionais, porém o veto foi derrubado pela Assembleia Legislativa na última semana, permitindo a volta.
“Quanto mais produtos entram no sistema prisional, mais difícil é a fiscalização. A gente já teve muitos casos em que junto dos produtos que entravam no mercadinho, entravam também produtos que não deveriam, como, por exemplo, telefone celular”, afirmou à imprensa.
“[…] Impõe mais um desafio, que é agora monitorar a entrada de produtos, mas nós vamos enfrentar esse desafio”, disse.
Garcia também citou a forma que as facções criminosas eram beneficiadas pelos mercadinhos.
Uma investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) mostrou que uma facção usava o mercadinho da Penitenciária Central de Cuiabá (PCE) para lavar dinheiro – o que foi admitido por Sandro Rabelo, o “Sandro Louco”.
Em quatro anos, uma associação de servidores da penitenciária movimentou R$ 13 milhões – dinheiro que teria origem em transações criminosas entre a associação e a facção.
“A administração e a gestão desses mercadinhos é de origem duvidosa, o destino desses recursos e a negociação que existe dentro do sistema prisional para ter acesso aos produtos é de origem duvidosa. Portanto, na nossa visão, é desnecessário. A gente tem uma posição clara contra a existência dos mercados”, disse.
Ação na Justiça
Fábio reiterou que o Executivo vai buscar a Justiça para reverter a derrubada do veto e ainda criticou os 13 deputados que votaram a favor do funcionamento dos mercadinhos, alegando que não representaram os mato-grossenses em seus votos.
“A gente ainda tem esperança na decisão judicial, por isso que vamos ingressar na Justiça contra a derrubada do veto. Porém, se a Justiça definir que continuam os mercadinhos, vamos tomar todas as medidas necessárias para que ele não seja uma fonte de entrada de equipamentos e produtos não autorizados”, completou.
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