“Eu nunca imaginei que ela poderia ser capaz de fazer uma coisa tão bárbara. Espero que ela pague pelo que fez”, disse Cícero Martins Pereira Júnior, irmão da bombeira civil Nataly Helen Martins Pereira, que matou a adolescente grávida E.B.A.S., de 16 anos.
Eu tenho a imagem dela como uma pessoa muito carinhosa, carismática, uma companheira para tudo. Eu nunca imaginei que ela poderia ser capaz de fazer uma coisa dessas, tão bárbara
Cícero e um amigo chegaram a ser presos na casa onde o corpo da adolescente foi encontrado, no Bairro Jardim Florianópolis. A Polícia, no entanto, descartou a participação deles no crime.
Nataly confessou ter matado a jovem para roubar a bebê dela, no dia 12 de março, em Cuiabá.
Em entrevista ao programa MT1, da TV Centro América, Cícero disse que foi informado pela esposa que a irmã havia “dado à luz” em sua residência. Ele estava no trabalho e foi até a casa para ajudar.
“Meu cunhado já estava lá com ela. Eu dei apoio para ela, que estava segurando a criança e a ajudei a entrar no carro e já me encaminhei para o Hospital Santa Helena. Na intuição apenas de prestar o socorro”, afirmou.
Segundo Cícero, quando voltou para a casa, sentiu um forte cheiro de sangue, mas já não havia mais tanto sangue pelos cômodos da casa.
“No que eu voltei para casa, senti um cheiro muito forte de sangue, mas não tinha muito sangue. Tinha um short enrolado, que estava com coágulos de sangue dentro do banheiro e na porta tinham alguns respingos. Mas a casa, no chão, não tinha vestígios de sangue”, disse.
Cícero se emocionou, descreveu a irmã como uma pessoa muito carinhosa e disse nunca ter pensado que ela pudesse fazer algo assim.
“Eu tenho a imagem dela como uma pessoa muito carinhosa, carismática, uma companheira para tudo. Eu nunca imaginei que ela poderia ser capaz de fazer uma coisa dessas, tão bárbara”.
Ele se solidarizou com a dor da família da adolescente e disse esperar que a irmã pague pelo que fez.
“Agora é aceitar e a gente tem que seguir em frente. Imagino a dor da perda da família da vítima e peço em orações que Deus conforte o coração de cada um. O que aconteceu lá foi uma escolha da Nataly. Nós não tivemos nada a ver com isso”, afirmou.
O crime
A morte de E.B.A.S. ganhou repercussão na imprensa internacional não apenas pela morte da adolescente e o sequestro da filha, mas principalmente pela crueldade e brutalidade do crime.
A menor teve o ventre aberto e apresentava sinais de enforcamento, esganadura e asfixia. Seu corpo foi encontrado enterrado em uma cova rasa, com cabos de internet enrolados no pescoço, mãos e pernas, além de dois sacos plásticos cobrindo sua cabeça.
Nataly foi presa no Hospital Santa Helena, depois de tentar registrar a filha da vítima como sua.
O Ministério Público Estadual denunciou Nataly por feminicídio, tentativa de aborto, subtração de recém-nascido, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso.
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