Celebramos neste dia 07 de maio o Dia Nacional do Oftalmologista. Não o temos apenas como uma data para parabenizar o profissional, mas sim para chamar atenção sobre a preocupação principal do médico oftalmologista: a saúde visual do paciente.
A deficiência visual ocorre quando uma doença ocular afeta o sistema visual e suas funções. Todos, se viverem o suficiente, terão pelo menos uma doença ocular ao longo da vida que exigirá cuidados adequados.
A deficiência visual tem consequências graves para o indivíduo ao longo da vida. Muitas dessas consequências podem ser mitigadas pelo acesso oportuno a cuidados oftalmológicos de qualidade. Doenças oculares que podem causar deficiência visual e cegueira – como catarata ou erro de refração – são, por bons motivos, o foco principal das estratégias de cuidados oftalmológicos.
Globalmente, as principais causas de deficiência visual e cegueira são: erros de refração, catarata, retinopatia diabética, glaucoma e degeneração macular relacionada à idade.
Em países de alta renda, doenças como glaucoma e degeneração macular relacionada à idade são mais comuns
Há uma variação substancial nas causas da deficiência visual entre e dentro dos países, de acordo com a disponibilidade de serviços de saúde oftalmológica, sua acessibilidade e a educação da população. Por exemplo, a proporção de deficiência visual atribuível à catarata não operada é maior em países de baixa e média renda. Em países de alta renda, doenças como glaucoma e degeneração macular relacionada à idade são mais comuns.
Entre as crianças, a catarata congênita é uma das principais causas de deficiência visual em países de baixa renda, enquanto em países de renda média é mais provável que seja a retinopatia da prematuridade.
Erros de refração não corrigidos continuam sendo uma das principais causas de deficiência visual em todos os países, entre crianças e adultos.
Globalmente, pelo menos 2,2 bilhões de pessoas têm deficiência visual para perto ou para longe. Em pelo menos 1 bilhão – ou quase metade – desses casos, a deficiência visual poderia ter sido prevenida ou ainda precisa ser tratada.
Entre esse bilhão de pessoas, as principais condições que causam deficiência visual à distância ou cegueira são: catarata (94 milhões), erro de refração (88,4 milhões), degeneração macular relacionada à idade (8 milhões), glaucoma (7,7 milhões) e retinopatia diabética (3,9 milhões).
Diante desses dados alarmantes da Organização Mundial da Saúde e lidando com esses números, que na verdade representam pessoas e pacientes com dificuldades diárias, não há como nos mantermos inertes e não agirmos para melhorar as políticas públicas de acesso ao médico oftalmologista, uma vez que a distribuição e formação se encontram de forma adequada no Brasil.
Dados do Censo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia mostram que 80% da população brasileira têm um oftalmologista em sua cidade ou perto. No estado de Mato Grosso, essa distribuição não é diferente, com algumas exceções, com uma média de 1 oftalmologista para cada 10 mil habitantes, média tida como ideal segundo a OMS.
O esforço conjunto e contínuo de entidades públicas, junto à classe médica oftalmológica, através de seus órgãos de classe representativos, visam cada vez mais aproximar o público, principalmente os mais carentes, das soluções de seus problemas visuais para assim ofertar uma melhor qualidade de vida.
Parabéns, médicos oftalmologistas, por atuarem com profissionalismo, responsabilidade e ética nessa causa tão nobre: a saúde visual!
Helder Rondon Luz é médico oftalmologista e presidente da Associação Mato-Grossense de Oftalmologia