A construção do Trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que liga Caetité a Ilhéus, na Bahia, foi suspensa com 75% das obras concluídas.
Esta primeira etapa, com 537 km de extensão, teve seu contrato de obras desmobilizado na última segunda-feira (31/3), conforme anunciado pela Bamin, subsidiária do Grupo ERG e responsável pelo projeto.
Em nota divulgada nesta terça-feira (1º/4), a Bamin informou que rescindiu o contrato com a construtora Prumo Engenharia, mas destacou que os serviços de manutenção e as obrigações socioambientais do Projeto Integrado Pedra de Ferro serão mantidos. “Até o momento, a ERG investiu R$ 784 milhões na ferrovia desde o início da concessão, em 2021. A empresa segue em busca de investidores para viabilizar a continuidade do projeto”, afirmou. O motivo da suspensão não foi detalhado.
Em julho de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o Trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) como a primeira obra do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O Metrópoles tenta contato com a Prumo Engenharia, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav-BA) alertou que a interrupção do contrato pode resultar em demissões em massa. “O Sintepav-BA realizará uma assembleia com os trabalhadores no canteiro de obras em Uruçuca nesta quarta-feira (2/4) para discutir os próximos passos. Qualquer desligamento coletivo deve seguir as normas trabalhistas, incluindo diálogo com o sindicato. A falta de transparência da empresa demonstra irresponsabilidade social e institucional”, disse o sindicato em nota.
A concessão da Fiol Trecho 1, assinada em setembro de 2021 com o Ministério da Infraestrutura, tem prazo de 35 anos. A ferrovia passará por 19 municípios e terá capacidade para transportar até 60 milhões de toneladas de carga por ano.
Inicialmente, a previsão de conclusão era para 2027, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, durante visita à Bahia em agosto de 2023, que a obra fosse entregue até dezembro de 2026. “Peço aos empresários que abandonem a meta de 2027. É preciso concluir até o fim de 2026 – mesmo que isso exija trabalho extra. Não podemos correr o risco de novos entraves políticos paralisarem a obra novamente”, declarou o presidente.
O Trecho 2 da Fiol, entre Caetité e Barreiras (485 km), e o Trecho 3, de Barreiras a Figueirópolis (505 km), estão sob responsabilidade do Governo Federal e seguem em andamento.
