O Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Pública de Mato Grosso (Sinterp-MT) apresentou uma representação ao Ministério Público Estadual (MPE) pedindo a instauração de uma investigação contra o presidente da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Suelme Evangelista Fernandes.
Esse valor retrata a irresponsabilidade e a imoralidade na gestão na aplicação do recurso público do presidente da Empaer
A denúncia é assinada pelo presidente do Sinterp-MT, Gilmar Brunetto, e foi protocolado nesta terça-feira (29) na Promotoria do Patrimônio Público de Cuiabá.
O documento aponta supostas irregularidades na aplicação de recursos públicos durante a realização do evento Integraf, que ocorreu entre os dias 4 e 6 de dezembro de 2024, com custo superior a R$ 500 mil.
Entre os gastos apontados como desproporcionais estão: R$ 210 mil em diárias, R$ 46 mil em coffee break para 400 pessoas durante dois dias e R$ 237 mil com a estrutura física do evento, incluindo aluguel de salas, som e iluminação.
“Tal gasto destoa de forma negativa o uso do recurso público, pois a sociedade espera e cobra dos gestores a aplicação responsável, transparente e correta, e que otimize a economicidade”, diz trecho da denúnciua.
O sindicato argumenta que, com os valores investidos no evento, seria possível reformar e equipar diversas unidades da Empaer em todo o estado, garantindo melhores condições de trabalho e de atendimento ao público.
“O fato é que a grande maioria dos empregados da Empaer trabalham sem ou com o mínimo de condições estruturais adequadas e como consequência desse descaso e abandono, na maioria das situações afeta a questão física e emocional do Empregado, no atendimento da empaer aos agricultores familiares vulneráveis do estado”, diz trecho do documento.
“Em tempos de recursos escassos ou inexistentes em setores essenciais da empresa, é inadmissível essa visão míope e desfocada na aplicação do dinheiro público, tendo em vista que esse valor daria para reformar e estruturar alguns escritórios da Empaer, e com isso melhorar os locais insalubres e inadequados de algumas unidades da empresa, no atendimento aos agricultores familiares vulneráveis do estado de Mato Grosso”, diz outro trecho da denúncia.
A denúncia ainda compara os custos do Integraf 2024 com os de um seminário promovido pelo próprio Sinterp em 2014, que celebrou os 50 anos da Empaer.
Na ocasião, o evento teve gastos atualizados de cerca de R$ 146 mil para atender aproximadamente 500 pessoas, incluindo hospedagem, alimentação e locação de estrutura — menos de um terço do custo do Integraf.
“Esse valor bem menor do Sinterp comparado com os gastos do evento Integraf, retrata a irresponsabilidade e a imoralidade na gestão na aplicação do recurso público do presidente da Empaer”.