Dois vereadores e um repórter de blog de Santarém, no oeste do Pará, foram identificados pelo Ibama como responsáveis pela derrubada de uma castanheira, interrompendo o tráfego na PA-370, durante uma operação de combate ao desmatamento na região. O incidente ocorreu na manhã da última terça-feira (18), quando a árvore foi derrubada para bloquear a passagem de caminhões boiadeiros que transportavam o gado apreendido durante a operação.
A ação, que envolveu o Ibama e a Força Nacional, resultou na apreensão de 750 cabeças de gado e na aplicação de multas que somam R$ 64.500 contra os três indivíduos. Cada um foi multado em R$ 21.500, mas o Ibama alerta que outras multas podem ser aplicadas, à medida que novos envolvidos na derrubada da árvore, uma espécie protegida pela Lei Federal nº 4.771, sejam identificados.
O coordenador de operações do Ibama, Hugo Loss, destacou que a derrubada da castanheira foi uma tentativa de impedir a retirada do gado das áreas embargadas, dificultando a ação de fiscalização. “Qualquer pessoa que dificulte a atuação de órgãos públicos no trato de questões ambientais comete crime previsto na Lei 9.605”, afirmou Loss.
A operação “8 Segundos” foca na área de 12.800 hectares de desmatamento identificada entre agosto de 2024 e março de 2025, considerada a maior área desmatada no Brasil para a criação ilegal de gado. A região, localizada entre Santarém e Uruará, no oeste do Pará, foi embargada pelo Ibama para permitir a regeneração ambiental, mas continua sendo usada ilegalmente para a pecuária. Durante a operação, o gado apreendido foi levado para um frigorífico em Santarém, e a carne será distribuída para instituições públicas dos municípios afetados pelo desmatamento.
O Ibama segue com a operação até o fim deste mês, com o objetivo de interromper o desmatamento e reduzir a área desmatada, equivalente a 640 campos de futebol. “Além da retirada de gado das áreas embargadas, estamos observando uma interrupção no processo de desmatamento, e vamos continuar com a operação para cessar esse tipo de atividade ilegal”, concluiu Hugo Loss.